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Vieses e consensos | O que temos feito pelo País que queremos viver?

Por: Ralf Zimmer Junior
11/12/2021 09:57 - Atualizado em 11/12/2021 09:58
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Divulgação

O início das pré-campanhas presidenciais é um solo árido que se jogam adubos e não se veem ainda sementes.

Moro diz que sua turma não é do mensalão, nem do petrolão, tampouco da rachadinha, fazendo uma alusão às acusações que pesaram sobre a classe política das esquerdas às direitas.

Lula disse que a extrema direita teria desconstruído tudo que ele havia construído, atacando o governo atual de descaso com a ciência, controle da inflação, combate ao desemprego e preservação ambiental.

Bolsonaro diz que seu governo não teve corrupção, que Lula teria saqueado o País e que Moro é traidor.

Os demais pré-candidatos dizem isso tudo acima, falam em Estado de direito, abusos, exploração de prestígio, da economia, negacionismo, rentismo, e outros mismos, sem sair muito do tom da crítica ao mundo do apontamento das soluções.

Competitividade, investimentos em tecnologia e logística, era digital, redução de custeio e fomento da economia, planos concretos que realmente podem mudar a vida das pessoas parecem continuarem sendo pautas menores que discutir sexualidade, religião, costumes, “todes” ou “nescaus”.

Todos geram polêmicas ou são envoltos nelas, mas projetos sólidos mesmo se perdem nas síndromes vulgarizadas de protagonismos de uma nota só. Prisão em segunda instância, passaporte da vacina (pelo sim, pelo não), sem sair do tom, cada dito líder parece ter uma bandeira que o identifica como a “bala de prata” para “salvar a pátria”. Rasos ou risos!?

Discussões um pouco mais profundas e contextualizadas que as “lacrações” são consideradas “chatas”, já que pensar cansa, o pacote da salvação deve caber num Twitter e seus pouquíssimos caracteres, do contrário é “textão” com condenação à não-leitura-de-pronto pelo Tribunal da Inquisição das redes sociais.

Pensar, sopesar, contextualizar, apresentar projetos amplos e minudentes, isso tudo não interessa mais para a sociedade da ultra velocidade e do reducionismo, que se somam paradoxalmente ao divórcio ao pragmatismo.

O objetivo é claro: o poder. O receituário, o mesmo: demonizar o lado de lá.

Que país, sinceramente, queremos construir a base de memes e à ausência de projetos sérios?

A eternização do fla-flu, do assassinato de personalidades, só encontra trégua no intermeio de negociação de emendas “suprapartidárias” para “contentar as bases”, fora isso, é muito ruído e pouca explicação, quando não subversão descarada dos fatos e suas ululantes nuances.

Até quando acreditaremos no “pai freudiano”, no “salvador”, no “iluminado”, que resolverá nossos problemas? Se não lermos mais fontes variadas, de qualidade, da história, dos dados concretos do presente, e das projeções sérias de cenários para o futuro a se construir?

Tudo na vida só avança com projeto sólido, com bases lançadas, palatáveis e executáveis, por que na nossa política pátria isso deixou de ser valor e passou a ser sinônimo de fraqueza?

Quando formos discutir projetos quem sabe o País do futuro encontrará um caminho ao seu destino, até lá, não nos iludamos, será só desatino.

Com a palavra nossos líderes, mas antes de tudo você cidadão, expresse-se, questione, estude, prepare-se, apresente alternativas que lhes pareça crível, escute, aperfeiçoe suas posições, respeite quem pensa diferente, aprenda com o contraponto, evolua, lute, exija, cobra, e antes de tudo, sejas exemplo da mudança que queiras ver no mundo, como já disse Mahatma Gandhi. Mas, aceite que nem todos são, tampouco querem ser, pensar, e viver como você, e teremos que encontrar meios de conviver com “eles” para voltarmos a sermos “nós”.

Enfim, sem diálogo profícuo não haverá horizonte alentador, apenas a insana guerra hobbsianna de todos contra todos. Reflitamos o que temos a ver com isso, senão por nós, por nossos filhos e netos!


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